O estudo Banca em Análise da consultora Deloitte indica que, no ano passado, os principais agregados de depósito cresceram 35 por cento, enquanto o crédito disponibilizado ascendeu 17 pontos percentuais, contrariamente ao que se verificou no primeiro semestre do ano em curso, período em que o crescimento do crédito se sobrepôs ao dos depósitos.
O sector bancário angolano registou uma reaceleração, em 2011, apesar do contexto de crescimento económico menos expressivo do País, avança a consultora Deloitte no seu mais recente estudo Banca em Análise, que vai já na sua 7.ª edição, apresentado na última quarta-feira, em Luanda.
De acordo com o estudo, que avalia a performance anual do sector bancário, no ano passado verificaram-se taxas de crescimento dos principais agregados de depósitos e de crédito de 35 por cento e 17 pontos percentuais, respectivamente, fixando-se o valor de depósitos no final de 2011 em 3592 mil milhões kwanzas e do crédito de 3018 mil milhões kwanzas.
O crescimento do sector, indicam os autores do documento, fez-se num contexto de diversas alterações regulamentares, registadas ao longo do ano, nomeadamente ao nível da política monetária e cambial.
As alterações, consubstanciadas na emissão de um conjunto de normativos emanados pelo BNA, demonstram a preocupação com a concretização dos objectivos de preservação do valor da moeda nacional e da redução consistente da inflação, considera a Deloitte.
"Ao longo do ano de 2011, a economia angolana continuou o percurso de recuperação que já tinha iniciado em finais de 2009. Voltaram a registar-se taxas de crescimento positivas do PIB, quer no sector petrolífero, quer no sector não petrolífero", lê-se no estudo.
Em2011, a economia angolana cresceu, em termos reais, cerca de 3,4 por cento, um crescimento penalizado pela quebra da produção petrolífera, mas, entretanto, compensado pela manutenção do preço do petróleo em valores elevados face à expectativa no início do ano. Tal como no ano passado, no primeiro semestre do presente ano, a banca continuou a registar um crescimento nos seus principais agregados. No entanto, a intensidade do crescimento alterou-se entre os agregados de depósitos e de créditos. Dados do Banco Nacional de Angola (BNA) indicam que, neste período, os depósitos apresentaram um crescimento de 5,3 por cento, enquanto a taxa de crescimento do crédito se fixou em13 pontos percentuais.